Dra. Mariana Tanaka

Alimentação saudável na Infância (Cuidando da saúde dos rins)

O estilo de vida moderno nos levou à necessidade de refeições práticas e rápidas que, associados às facilidades tecnológicas provocaram alterações nos hábitos de vida e no comportamento alimentar de todos.

A alimentação saudável pode e deve ser adotada por todos, pois ajuda a prevenir doenças como obesidade, diabetes e hipertensão arterial, entre outras doenças da modernidade, além de melhorar a saúde de quem já possui problema renal.

Algumas medidas preventivas podem ser adotadas desde a infância, com o propósito de evitar o desenvolvimento destas doenças:

A idade pré-escolar, de dois a seis anos, é considerada uma fase de extrema importância, tanto no que diz respeito ao processo de maturação biológica quanto ao desenvolvimento sociopsicomotor. Além disso, nesta idade a criança começa a criar sua independência e a formar seus hábitos alimentares para toda vida.

Uma dieta equilibrada e ingestão adequada de água e líquidos como chás, água de coco e sucos de frutas naturais diariamente ajudam a limpar os rins e eliminar toxinas do corpo.

Uma boa dieta deve incluir alimentos frescos, crus, antioxidantes e com alto teor de fibras. É importante também diminuir o consumo de sal. Esse mineral é encontrado em alimentos industrializados, então leia sempre os rótulos para verificar a quantidade de sódio presente em cada produto. Prefira os alimentos frescos ao invés dos enlatados, mas se for comê-los, deixe um tempo em água corrente para diminuir a quantidade de sódio.

Na escola, a criança vai estabelecer seu primeiro contato com refeições fora de casa. Esse contato pode expor a criança a alimentos que, até então, não faziam parte de suas refeições diárias, como doces, balas, bebidas de alto valor calórico e baixo valor energético e outras guloseimas. É importante que escola e família participem da educação alimentar das crianças, criando atitudes positivas frente aos alimentos e à alimentação.

É importante criar horário para refeições com o hábito do café da manhã, almoço e jantar em família. Isso irá melhorar o relacionamento familiar, além de propiciar um modelo de comportamento para os filhos. Ninguém vai obrigar o filho a tomar suco de laranja e ao mesmo tempo servir-se de um refrigerante.

Sensação da fome e saciedade. Come, come, come… até quanto? Quem determina quanto? Meio prato ou um prato? A criança precisa desenvolver os sentidos de fome e saciedade. Por exemplo, quando a criança fala que não quer mais comer porque está satisfeita, e os pais dizem “termine o que está no prato”, fica claro para a criança que a sua sensação de saciedade não é relevante para a quantidade de comida que ela precisa consumir.

Exposições repetidas aos alimentos de forma divertida e educativa. Não desanime com uma primeira reação negativa ao alimento. Ofereça o mesmo alimento em outra apresentação. Por exemplo: espinafre refogado ou omelete de espinafre ou torta de espinafre ou quiche de espinafre com ricota. Use sua criatividade.

Mídia, propaganda e amizades. A tendência das preferências alimentares das crianças conduz ao consumo de alimentos com quantidade elevada de carboidrato, açúcar, gordura e sal, seguido de baixo consumo de vegetais e frutas. Essa tendência é originada na socialização alimentar da criança e, em grande parte, depende dos padrões da cultura alimentar do grupo social ao qual ela pertence.

Autoridade, regras e limites. Nunca substitua uma refeição por mamadeiras ou alimentos fora do contexto, como bolos, biscoitos e chocolates. Esses alimentos, além de não fornecerem todos os nutrientes desejados, irão saciar a fome da criança e prejudicar seu apetite para a próxima refeição. Criança com fome come!

O acompanhamento regular com o pediatra permite reduzir os fatores de risco, realiza o diagnóstico precoce e tratamento adequado caso surgir alguma doença na infância.

Fonte: Adaptado da Sociedade Brasileira de Pediatra/ Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP